... por Polônio, um pai.
Com a mão sobre a cabeça de seu filho Laertes, prestes a partir...
(...) Vai, com a benção, vai! E trata de guardar estes poucos preceitos:
Não dá voz ao que pensares, nem transforma em ação um pensamento tolo.
Amistoso, sim, jamais vulgar. Os amigos que tenhas, já postos à prova, prende-os na tua alma com grampos de aço; Mas, não caleja a mão festejando qualquer galinho implume mal saído do ovo.
Procura não entrar em nenhuma briga; mas, entrando, encurrala o medo no inimigo.
Presta ouvido a muitos, tua voz a poucos. Acolhe a opinião de todos _ mas você decide. Usa roupas tão caras quanto tua bolsa permitir, mas nada de extravagâncias - ricas, mas não pomposas. O hábito revela o homem.
(...) Não empreste nem peça emprestado: Quem empresta perde o amigo e o dinheiro; quem pede emprestado já perdeu o controle de sua economia.
E, sobretudo, isto: sê fiel a ti mesmo. Jamais serás falso pra ninguém.
Adeus. Que minha benção faça estes conselhos frutificarem em ti.
SHAKESPEARE, William. Hamlet. Trad.: Millôr Fernandes. Porto Alegre: L&PM, 2007, p. 29-30.
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