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terça-feira, 5 de junho de 2012

Para suportar os dias frios e úmidos de Curitiba...


Depois de um banho bem quente.
Uma poltrona confortável. Enrolada num cobertor e,
Ouvir Patrícia Barber . 
Ler Clarice Lispector.

Fotografia de Lineu Fiho

Nasci dura, heróica, solitária e em pé. E encontrei meu contraponto na paisagem sem pitoresco e sem beleza. A feiúra é o meu estandarte de guerra. Eu amo o feio com um amor de igual para igual. E desafio a morte. Eu – eu sou a minha própria morte. E ninguém vai mais longe. O que há de bárbaro em mim procura o bárbaro e cruel fora de mim. Vejo em claros e escuros os rostos das pessoas que vacilam às chamas da fogueira. Sou uma árvore que arde com duro prazer. Só uma doçura me possui: a conivência com o mundo. Eu amo a minha cruz, a que doloridamente carrego. É o mínimo que posso fazer de minha vida: aceitar comiseravelmente o sacrifício da noite (Clarice Lispector).
Um xícara de café com leite quente (com sotaque curitibano) e,
Uma fatia de broa com ricota.
Meias de lã e um gato nos pés.
Se tudo existe é porque sou. Mas por que esse mal estar? É porque não estou vivendo do único modo que existe para cada um de se viver e nem sei qual é. Desconfortável. Não me sinto bem. Não sei o que é que há. Mas alguma coisa está errada e dá mal estar. No entanto estou sendo franca e meu jogo é limpo. Abro o jogo. Só não conto os fatos de minha vida: sou secreta por natureza. O que há então? Só sei que não quero a impostura. Recuso-me. Eu me aprofundei mas não acredito em mim porque meu pensamento é inventado (Clarice Lispector).

Esta depressão sazonal tenta me apanhar.
Não vai não! Estou bem no frio.
Gosto do frio. Das tempestades.
Só não me dou bem na umidade.


Eu vejo coisas bonitas Em pessoas feiasEu acho coisas estranhasEm pessoas normaisEu sou um pássaro negroCom as entranhasNítidas como cristais (Inecê Gomes)

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