"Uma garotinha travessa pergunta incansavelmente à mãe se pode correr pelos mais inusitados lugares: desde o alto das montanhas até mesmo dentro cabeça da mãe!Esta diz sempre que sim, com exceção à saída da escola! _Por quê? Pergunta a irrequieta criança. _Por causa do "crocodile à roulettes", responde a mãe, pois ele engole crianças, se a criança corre na saída da escola vai direto à boca do crocodilo, que a devora, enfatiza a mãe!"
Assim, quando a mãe da estória limita a criança, ela está sustentando a posição deste "rolo" que impede que a bocarra do crocodilo se feche e engula a criança!
Le crocodile à roulettes - engole as crianças que infringem as regras. |
Uma estória infantil que faz uma alusão à castração:
"Uma garotinha travessa pergunta incansavelmente à mãe se pode correr pelos mais inusitados lugares: desde o alto das montanhas até mesmo dentro cabeça da mãe!Esta diz sempre que sim, com exceção à saída da escola! _Por quê? Pergunta a irrequieta criança. _Por causa do "crocodile à roulettes", responde a mãe, pois ele engole crianças, se a criança corre na saída da escola vai direto à boca do crocodilo, que a devora, enfatiza a mãe!"
Esta situação ficcional marca uma interdição, a criança pode fazer muitas coisas, mas existe um limite, senão algo ruim pode acontecer: se a criança desobedece é engolido pelo crocodilo! Os contos de fadas marcaram fortemente o imaginário (também simbolicamente) este efeito devastador da desobediência infantil, Chapeuzinho Vermelho é um exemplo universal...
Chapeuzinho Vermelho prestes a ser devorada por não cumprir as recomendações da mãe. |
Pode-se, também, fazer uma analogia deste crocodilo devorador ao que Lacan descreveu como sendo o desejo da mãe: Se a barra da função paterna (falo) não socorre a criança, ela é devorada pelo desejo da mãe. Lacan no Seminário 17, resume:
"O papel da mãe é o desejo da mãe. É capital. O desejo da mãe não é algo que se possa suportar assim, que lhes seja indiferente. (...) Um grande crocodilo em cuja boca vocês estão _ a mãe é isso. Não se sabe o que lhe pode dar na telha, de estalo fechar sua bocarra. O desejo da mãe é isso. (...) Há um rolo, de pedra, é claro, que lá está em potência, no nível da bocarra, e isso retém, isso emperra. É o que se chama falo. É o rolo que os põe a salvo se, de repente, aquilo se fecha".
A mãe que"devora" e ao mesmo tempo ratifica o nome-do-pai que a impede de devorar. |
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